quinta-feira, 21 de julho de 2011

Os perigos da criação centrada nos filhos

       Apesar de toda a evolução da humanidade e da existência de tantas culturas diferentes, a importância da família dentro da sociedade permaneceu inalterada. É, sem dúvida, a célula central e mais importante. De um modo geral, os casais alimentam o sonho de ter filhos para criá-los e amá-los de forma incondicional. Muitas vezes, no entanto, utilizam métodos errados no processo de criação dos filhos.

      Assim que tive meus gêmeos, ganhei o livro* Nana Nenê** da minha cunhada, que é pediatra. Fui lendo aos poucos, já que o início da maternidade gemelar foi bem puxado. Logo no primeiro capítulo me deparei com essas questões, que achei muito interessantes e gostaria de compartilhar com vocês. O livro alerta para dois perigos muito comuns, que podem atrapalhar, e muito, a criação dos filhos. O primeiro deles é não dar a devida importância da relação marido-mulher após o nascimento dos filhos e, o segundo, é fazer uma criação centrada nos filhos.
 
 
      A qualidade do relacionamento entre pais e filhos depende da qualidade do relacionamento entre marido e mulher (em caso de pais separados, no relacionamento entre eles). É isso que vai estabelecer o senso de segurança da criança, já que não precisará questionar o compromisso assumido pelos pais. As crianças, apesar da imaturidade, possuem uma sensibilidade enorme para pereceber conflitos familiares. Nesse momento, começam a imaginar que se algo acontecer com os pais, seu mundo vai desabar. Nenhum brinquedo do mundo vai suprir essa necessidade básica da criança: a de saber que os pais se amam e vivem bem. Quando há harmonia no relacionamento, há estabilidade na família e há segurança na criança para enfrentar o mundo.

       O segundo problema é, na verdade, consequência do primeiro. Muitos pais, em nome de uma boa criação, abandonam a relação conjugal para mergulhar totalmente na vida dos filhos. Esse tipo de postura - criação centrada nos filhos - leva a criança a se achar o centro do universo familiar. Para esses adeptos, uma boa criação é aquela determinada pela quantidade de atenção e sacrifício oferecido aos filhos. O livro dá alguns exemplos ótimos: se os filhos choram, pegam no colo imediatamnte; se querem alguma coisa, vão ter na mesma hora; a mamãe dispensa ajuda de terceiros; se os filhos não podem acompanhar (ou não querem), os pais deixam de sair de casa e etc....
 
 
       Na criação centrada nos filhos, a criança vai desenvolver uma falsa percepção de que ela tem mais importância no mundo do que qualquer outra, ocasionando fracasso em suas relações sociais, já que as pessoas não vão lhe dar a mesma importância. E terá dificuldades em se relacionar com irmãos e colegas. Por outro lado, quando a criança é criada com a premissa de que é um membro da família (e não o centro dela), aprende gradualmente a se integrar na relações sociais com flexibilidade e confiança.
 
 
       O livro ainda traz dicas para evitar a criação centrada nos filhos, principalmente quando se tem um bebê que depende integralmente dos pais. São elas:

1) A vida não pára quando se tem um bebê. O fato de se tornar mãe não exclui suas outras relações: filha, irmã, amiga, esposa. Não se esqueça de mantê-las!
2) Namore seu cônjuge. Procure sair. Seu filho não se tornará infeliz por isso;
3) Continuem a fazer um para o outro coisas especiais que faziam antes da chegada dos filhos. Se o marido traz presentes para os filhos, deve trazer para a mulher também (flores, cartão e etc...). Gestos de carinho e amor são essenciais para a relação;
4) Convide amigos para uma refeição ou para uma noite de convívio social em sua casa. Quando isso acontece, você é obrigado a centrar suas atenções na casa, planejando a vida do filho de modo que não interfira no atendimento às outras pessoas; e
5) Cultive a "hora do sofá" - fique, pelo menos, 15 minutos com o seu marido no sofá. Tenha um momento só de vocês. E isso deve ocorrer com as crianças acordadas. Se elas quiserem brincar, diga que vai depois de ficar com o papai/mamãe. Isso proporciona uma expressão visual da união dos pais.

       É evidente que não existe uma regra única para criar filhos. E nem todas as famílias têm o mesmo modelo. Há pais separados, falecidos e etc.... o mais importante é procurar seguir esses passos na medida do possível. Há pouco tempo tive que fazer uma escolha que me deixou muito indecisa: deixar os meus filhos com os meus pais e a babá para encontrar meu marido em São Paulo. Ele iria ficar 15 dias (por razões de trabalho) longe dos filhos e de mim e me fez esse pedido. Como não poderia ir sozinha com os dois no avião (é proibido), tive que abrir mão do convívio com os filhos para ficar três dias com o marido. Coloquei em prática os conselhos acima.... mas não foi nada fácil!!!! E ninguém disse que seria...

* Um agradecimento especial à minha querida cunhada - Ana Lucia Juncken que, tão gentilmente, me presentou com este livro (e também o Criando Gêmeos, que ainda estou lendo).

**Ezzo, Gary e Bucknam, M. D., Robert. Nana nenê: como mais de um milhão de novos pais treinaram seus bebês para dormirem à noite de forma natural; traduzido Eduardo Pereira e Ferreira - São Psulo: mundo cristão, 1997, p. 15-25.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Dica gastronômica: Revista Gula e Paul Bocuse

        Eu tinha várias idéias pra escrever por aqui, mas resolvi aproveitar o post da minha amiga Bruna, que tem um blog super bacana sobre gastronomia (www.gourmandisme.blogspot.com), pra falar um pouquinho sobre o aclamado chef Paul Bocuse, que é matéria da última edição da revista Gula (edição histórica de aniversário)!! Quem gosta de alta gastronomia não pode perder (comprei o meu exemplar na Fnac)!! A revista está sensacional!!!

        O chef francês ganhou, no início deste ano, o prêmio de chef do século, concedido pela prestigiosa escola americana Culinary Institute of America. Bocuse imprimiu um conceito absoluto de perfeição à cozinha francesa. Mais do que criar pratos perfeitos, ele transformou seu talento em um império gastronômico que inclui restaurantes, escola de gastronomia e produtos que podem ser adquiridos em seu próprio restaurante (gift-shop). O famoso restaurante fica em Lyon, na França e tem três estrelas do Michelin. Quem estiver com planos de ir a França (e puder), não esqueça de garantir uma paradinha em Lyon (L'Auberge du Pont de Collonges; 40, Rue de la Plage - Collonges au Mont d'Or. Tel: (33) 04 72 42 90 90. Preços de menu-desgustações sem vinhos: 140, 180 e 225 euros).

       A revista ainda traz três receitas clássicas de Bocuse: Sopa de trufas Negras VGE; Vermelho em escamas de batata; Robalo em massa folhada com molho Choron. São difíceis de executar, confesso, mas só de ler e ver os pratos.... umhhhhh..... dá água na boca.... podemos fazer algumas variações (nesse mundo nada se cria, tudo se transforma)..... que tal uma sopa de cebola com a cobertura de massa folhada (como na foto), que vc já compra pronta no supermercado (marca Arosa)???? Aí vai a receitinha da sopa de trufas negras, que é foto da capa da revista:



Ingredientes:
40 g de trufas negras
40 g de foi gras
1 l de consomé de boi
4 colheres de Nouilly Prat (ou Martini Branco)
4 colheres de suco de trufas (a água das trufas conservadas nela)
15 g de manteiga
1 cenoura
1 talo de aipo
8 champignons Paris
150 g de paleron de boi
Pimenta preta
Sal
1 rolo de massa folhada
1 gema de ovo

Preparo:
(caldo de boi)
Lavar bem a carne para tirar todo o sangue. Em uma panela grande, colocar a carne e cobrir com 1,25 litro de água fria. Colocar pra ferver, tirar as impurezas que vão se criar na superfície do caldo. Adicionar 1/2 cenoura, 1/2 cebola e 1/2 talo de aipo, 1 folha de louro, 1 galhinho de tomilho e cozinhar em fogo baixo por 1 hora ou até que a carne esteja cozida. Escorrer a carne e cortar em cubos de 0,5 cm. Filtrar o caldo e reduzir a 1 litro. Descascar 1/2 cenoura, 1/2 talo de aipo, 1/2 cebola e 8 champignons e cortar em cubos pequenos. Cozinhar todos os legumes em uma panela com pouco de manteiga e reservar. Cortar o foi gras e as trufas em cubinhos do mesmo tamanho que os legumes.

Montagem:
Colocar dentro de cada sopeira, os cubinhos de legumes, o foi gras e a trufa. Temperar com sal e pimenta. Adicionar o Noilly Prat (ou martini branco), 1 colher de suco de trufa e 1 colher de caldo de carne. Cortar o disco de massa folhada 2 cm maior que o diâmtero da sopeira. Pincelar as bordas da sopeira com as gemas e colocar o disco da massa folhada. Verificar se as bordas estão bem colocadas e sem furos. Pincelar toda a massa com gema. Colocar no forno pré-aquecido a 220º C durante 20 minutos. Quando a massa estiver dourada, retirar a sopeira do forno e servir imediatamente.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Lenços Umedecidos Caseiros!!!

        Os lenços umedecidos são essenciais na vida de uma mãe. Além de serem práticos e cheirosos, servem para limpar o bebê em qualquer circunstância. Apesar disso, os pediatras não aconselham sua utilização de forma contínua, sobretudo em recém-nascidos. A orientação é que o bumbum do bebê seja limpo com algodão e água morna. É por essa razão que as garrafas térmicas, lindas e caras, são itens indispensáveis na lista de qualquer enxoval.

       Infelizmente, não me adaptei ao algodão com água morna!! Com dois bebês chorando e fraldas dobradas para trocar, não achei nada prático. Por vezes, com os movimentos dos bebês, a água acabava molhando a cômoda. Além disso, quando errava a quantidade de algodão, sobrava para a minha mão...

       Foi então que a Fabiana, babá dos meus gêmeos, veio com a solução: lencinhos umedecidos caseiros. Achei maravilhoso!!! Trazem toda praticidade dos lencinhos industrializados, com a vantagem de não conterem sabão ou qualquer outra química que possa dar alergia ao bebê. Assim, dentro de casa, utilizo os caseiros. Nos passeios e viagens, utilizo os industrializados. Aí vai o passo-a-passo..... espero que gostem!!!

Material:
Rolo grande de algodão (utilizo a marca "Apolo", embalagem de 500 gramas)
Tesoura
Água
Óleo Johnson
Uma vasilha de plástico pequena com tampa (tipo tupperware)

Preparo:
1) Esterelize, com água fervendo, a vasilha de plástico onde ficarão os lencinhos;
2) Separe a tampa da vasilha e a utilize como medida para cortar o algodão;
3) Desenrole o rolo de algodão e corte 24 quadrados um pouco menores que a tampa da vasilha de plástico;
4) Coloque água fervida, em temperatura ambiente, até a metade da vasilha;
5) Acrescente uma colher de sopa (faço a olho) de óleo johnson na água;
6) Coloque 8 camadas de algodão nessa água (uma de cada vez, pressionando com os dedos). Se faltar água, acrescente mais;
7) Se tiver seco, coloque mais uma camada de água e mais um pouco de óleo Johnson;
8) Coloque mais 8 camadas de algodão. Nesse momento, parece que não vai caber.... mas vai... pressione bem o algodão com os dedos.... eles devem ficar compactos.... bem grudadinhos...;
9) Acrescente mais água com outra pequena dose de óleo johnson;
10) Coloque as outras camadas restantes e pressione bem com os dedos. Não podem ficar com água sobrando.... só o suficiente para ficarem úmidos (e não molhados), com o cheirinho e um pouco da oleosidade do óleo johnson;
11) Pronto! Agora basta separar os lencinhos com os dedos e utilizar.... o bumbum dos seus filhotes agradecem! 

Vejam as fotos abaixo... não reparem... foram tiradas com o celular e por uma péssima fotógrafa (eu)...